Segundo Villanueva / São Paulo, 20 de Março de 2023
Segundo Villanueva Fernández. São Paulo, 20 de março de 2023
Acabo de inventar um novo verbo, Alcachofar, como somos nós que fazemos a língua e considero que esta palavra falta, substituo um sintagma verbal (coger alcachofas) diretamente por um verbo direto, ganhamos tempo e oferece toda a carga semântica que precisamos.
O meu pai acorda bem cedo e nas frias manhãs do norte da Espanha colhe as alcachofras que semeia, cuida e protege, não me atrevo a dizer que as nomeia (como as ovelhas de pastor), mas quase. Entre a alcachofra e o meu pai existe uma relação afetiva, ele costuma dizer que são SUAS alcachofras, e quando uma geada vem e morrem, ele sente uma pena quase como de pai para filha.
Ele as limpa, descarta os excessos e como grata oferenda as exibe para a minha mãe, coloca um pouco de Jamón e os dois almoçam este sacrifício legítimo onde acontece a relação mais íntima entre o homem e a natureza. Isto é Alcachofar.
(Se você é aluno, leia um pouco mais sobre isto en Los alimentos de la tierra)